domingo, 3 de abril de 2011

Você daria um animal de estimação ao seu filho? Pense bem!!!



Parecia um domingo normal em família.  Almoço no shopping, cinema e rápido passeio pelas lojas do shopping, foi aí que tudo começou. A passagem pelo petshop, dois cãezinhos para venda uma Shih Tzu de R$ 2090,00 e um Yorkshire  por R$1600,00. Minha pequena criança de cachos, adora cachorrinhos e já há algum tempo pedia um de Natal, aniversário, dia das crianças, dia de coisa nenhuma, se encantou com os pequenos cães, um deles estava sendo comprado, sim existem pessoas que pagam estas pequenas fortunas por cãozinhos indefesos. Começa o drama: - "Mãe, ele vai ficar aí sozinho", "Mãe ele precisa de mim". "Vó, olha ele está triste". A avó comovida lança a pergunta: "Eles parcelam no cartão?"  Com medo das possíveis consequências deste surto, resolvi tirá-las de lá, mas não me livrei do problema , afinal também tínhamos que comprar um certo remédio, para uma certa labradora, hoje acredito que foi desculpa e complô contra minha pessoa. Cobasi, sim com feira de animais, e a volta para a casa com um Lhasa Apso, lindo marom claro, olhos esbugalhados, filhote. Claro que não pagamos aquele preço, podemos dizer que saiu 1/4 daquele valor.

Max


A partir daí minha vida mudou, ele é uma graça, fofo, mas......Cocô, xixi, comida, jornal espalhado pela casa na tentativa de acostumá-lo a fazer suas necessidades básicas em um único local, de preferência longe dos meus olhos e do meu nariz. Está impossível, ele bem que tenta mas não aprende.

O mais interessante é a ligação entre o cãozinho e a criança. Ele só quer  dormir em baixo da cama dela, só está onde ela está, ela chora ao simples fato de ter que deixá-lo sozinho.  Ao sermos duros com ele para ensinar alguns princípios básicos de educação canina e higiene, temos ele chorando de um lado e ela do outro.
Demos a ela além do pequeno Max, a responsabilidade de limpar a sujeira feita por ele e  cuidar da sua alimentação. Ela tem se mostrado preocupada e atenta aos movimentos dele. Quando ele faz seu cocô e xixi, pela casa  ela limpa passa desinfetante e dá bronca nele.

A criança com um bichinho de estimação, desenvolve habilidades e padrões de comportamento diferenciados, ela começa a observar melhor o meio ambiente, pois tem que avaliar o local para deixar seu animalzinho, não pode estar muito frio nem bater tanto sol. A responsabilidade se torna presente no dia a dia em forma de cuidados, carinho e preocupação. A criança participa mais do dia a dia da casa, pois agora ela também é responsável pela limpeza e manutenção dos ambientes de convívio familiar. 
Cabe aos pais não amolecerem frente as dificuldades dos cuidados com o animal, devem sim, orientar, supervisionar e ajudar, mas nunca fazer por eles, a não ser é claro quando estão na escola ou dormindo, mas deve-se deixar claro que as funções são dele e não suas.
A afetividade é mais desenvolvida, compartilha melhor alimentos, espaço e amigos. Para crianças pequenas há a percepção de que o mundo não gira em torno dela, pelo menos não mais, agora a atenção é dividida com o pequeno cão. Conceitos de higiene são aprendidos mais facilmente, lavar as mãos principalmente é muito importante.
O que não podemos deixar acontecer é que o animalzinho se torne o centro do Universo da criança, ela deve ter seus horários e deveres preservados, independentes do cão. Fazer a lição, estudar, dormir no horário certo e acima de tudo saber que existem locais que o seu cãozinho não poderá acompanhar e deverá permanecer em casa. A criança e a família não podem virar reféns nem mudar sua rotina por causa dele.

Mas devo admitir, é difícil! Na realidade os pais têm que ensinar os dois, o filho é o pequeno cão. A paciência dos pais também será treinada.
Na realidade todos os dias tento não me arrepender de ter permitido o presente, lembro então da felicidade da minha pequena criança de cachinhos e penso, esta fase vai passar, logo ele para de fazer suas necessidades pela casa, utilizando seu jornal no quintal, vai dormir na sua caminha, enfim minha vida voltará ao normal. Assim espero. Mas não devo esquecer que daqui há alguns anos, ou na pior das hipóteses há qualquer momento, deverei estar pronta para consolá-la e mostrar que a perda também é uma coisa natural da vida e no caso dos cachorros ocorre um pouco mais rápido.

Enquanto isso devo aguentar o coco pela casa, pano e desinfetante em punho, choro canino e infantil, afinal não basta ser mãe ou pai temos que participar. Agora tenho que ir ver se ele já fez suas necessidades no jornal. Boa sorte!


Nina - a mais fofa