Esta semana fomos presenteados pelos noticiários da Televisão e rádio com a divulgação de um ato corajoso e único, acredito eu, jamais visto neste pais.
Uma mulher sem titubear, com celular em punho, denunciou em tempo real uma execução a tiros de um homem em um cemitério da capital Paulista, para o 190. O mais incrível de tudo é que os executores eram nada mais nada menos, do que a própria Polícia Militar. E ainda enfrentou os políciais "Carrascos" dizendo que ela havia visto o que eles fizeram e estava falando com a Polícia, como se eles também não fossem.
Bem, os políciais estão presos, serão expulsos da corporação e a mulher está com a identidade preservada e participando agora do programa de proteção a testemunha, que espero profundamente que seja muito bom.
Esta mulher demonstrou uma coragem jamais vista, jamais imaginada por qualquer um de nós, você se imagina tendo uma reação destas frente a esta situação? Creio que não. Provavelmente nos esconderíamos, talvez até tentássemos denunciar depois, ou nos faríamos de mortos, fingindo que nada vimos, não por descaso mas por medo.
Dizem que esta mulher não acredita na Polícia Militar, discordo. Ela confiou na Polícia pois na realidade foi para ela que na hora da indignação pediu socorro, ligou para 190 - Polícia.
Mas o que quero dizer aqui não é apenas a confiança na PM ou não, em todas as profissões temos o lado ruim, temos médico preso por pedofilia outro por abuso sexual, advogados que facilitam a vida de criminosos e por aí vai, existem maus profissionais em todas as áreas. O que mais chama a atenção é a coragem desta mulher. O que faz com que uma pessoa comum que está em um lugar chorando a morte de um ente querido, pegue seu celular e denuncie um assassinato, de peito aberto mostrando a cara para os "policiais bandidos"? Indignação talvez? Não sei. Mas com certeza, esta mulher que nem sequer gaguejou ao falar ao telefone, juntou uma força interior muito grande para ter tal reação frente a este descaso com a vida humana. No que será que ela pensou na hora? Será que ela imaginou o que poderia acontecer caso não tivesse conseguido efetivar sua denuncia? Que ela também corria risco de vida? Acredito que ela não pensou em nada disso.
Alguns podem falar: "Mas era bandido, estava assaltando". A policia não é Deus, estes homens julgaram e sentenciaram a morte alguém que não teve direito a defesa. Mas ainda dirão: " As vitimas dele também não". Sim concordo, mas que tal deixar este julgamento para quem de direito. Quem somos nós para julgarmos comportamentos, atitudes e até pensamentos?
A coragem desta mulher nos mostra um caminho tortuoso a seguir, um caminho de difícil acesso onde muitos não querem trilhar por medo das consequências, por medo de perderem suas vidas tranquilas e anestesiadas em um mundo particular, onde a violência não chega, onde as janelas estão fechadas para a realidade lá fora. Se não foi comigo nem com a minha família, por que devo me intrometer? Hoje não é, mas quem garante que depois não seja, por um engano ou não alguém dos seus seja preso julgado e sentenciado a morte em questão de minutos por outros "policiais bandidos"? E nem só por isso, se não começarmos a lutar por uma vida melhor, com menos violência e mais civilidade imagine onde iremos parar.
Esta mulher foi guiada por uma força superior, uma certeza interna de que nada lhe aconteceria se fizesse o certo, e o certo era denunciar. Ela tinha certeza de que os maus seriam punidos e que ela ficaria bem. Espero que continue assim, agora ela tem milhares de pessoas rezando para que ela fique bem, e que nós frente a situações que requeirão nossa coragem, tenhamos essa mesma certeza interna para agir corretamente.
Segue a gravação, materia completa no G1 http://migre.me/4c1Zw
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